Veja abaixo uma explicação mais detalhada das informações que seu provedor pode ver quando você navega na internet.
1. Sites visitados
Sem criptografia, seu provedor pode ver o endereço web completo de qualquer site que visitar. Isso inclui os artigos que lê, consultas de busca que realiza e vídeos que assiste.
No entanto, vários sites hoje em dia usam criptografia HTTPS, que restringe significativamente o que seu provedor de internet pode ver. É possível saber se um site usa HTTPS ao procurar por um cadeado na barra de endereço do seu navegador.

Você pode descobrir se um site usa HTTPS pelo símbolo de cadeado na barra de endereço do navegador.
O protocolo de transferência de hipertexto seguro (HTTPS na sigla em inglês) é usado para criar uma conexão segura entre seu computador e o site que visita. Quando efetua compras, ele protege seus dados de pagamento e outras informações sensíveis para não poderem ser interceptadas.
Hoje em dia, cerca de 80% das páginas web usam HTTPS, mesmo que não recebam dados sensíveis. Há duas razões para isso:
- O HTTPS aumenta a sua segurança, porque impede que criminosos interceptem seu tráfego web e insiram código malicioso nele (o que chamamos de um ataque man-in-the-middle).
- O HTTPS aumenta a sua privacidade, porque ele impede que terceiros monitorem os detalhes do seu tráfego web.
Ao visitar um site HTTPS, o seu provedor de internet pode ver nome de domínio do site visitado, mas não a página específica. O provedor também sabe quanto tempo passa em cada página web e o dispositivo usado.
O HTTPS aumenta a sua segurança online, mas ainda é tecnicamente possível que seu provedor de internet monitore seu tráfego criptografado. Caso seja legalmente obrigado, seu provedor de internet pode usar inspeção profunda de pacotes (DPI) para identificar os arquivos que estiver baixando ou páginas web que estiver acessando.
Por mais que seja possível, é altamente improvável que seu provedor de internet esteja fazendo isso. É complicado e dificilmente será lucrativo. No entanto, caso sua privacidade seja uma grande prioridade para você, recomendamos que visite sites HTTPS somente com uma VPN. Uma VPN irá criptografar seu tráfego e impedir que seu provedor veja sua atividade de navegação.
2. Consultas de busca
A maioria das ferramentas de busca, inclusive o Google, usam HTTPS. Isso significa que seu provedor de internet pode ver que visitou o Google, mas não o seu histórico ou resultados de busca. A não ser que seu provedor de internet inspecione seu tráfego e monitore em busca de algo inadequado, não pode ver suas consultas de busca.
No entanto, caso clique em um resultado, seu provedor de internet pode ver qual site visitou. Se o site não usar HTTPS, seu provedor de internet pode ver a página web exata que está visitando, também.
Por exemplo: seu provedor de internet verá www.top10vpn.com/guides/ em vez de www.top10vpn.com
Tenha em mente que alguns provedores de internet agora são proprietários e controladores de ferramentas de busca, podendo juntar dados de navegação. A Verizon, por exemplo, é dona da Yahoo.
CONSELHO DE MESTRE: por mais que seu provedor de internet nem sempre consiga ver suas consultas de busca, a Google pode. De fato, a empresa combina seus resultados de busca com sua atividade em outros serviços Google para criar um perfil seu que pode ser compartilhado com o governo. Se não ficar confortável com isso, recomendamos usar a ExpressVPN com o navegador Firefox ou DuckDuckGo para ter mais privacidade.
3. YouTube
O YouTube usa HTTPS, ou seja, seu provedor de internet não consegue ver exatamente quais vídeos assiste. No entanto, pode ver quanto tempo passa no YouTube e a frequência que visita esse domínio.
Caso assista muitos vídeos, seu provedor de internet também poderá ver a largura de banda usada.
Os vídeos que assiste serão, no geral, ocultados, mas é tecnicamente possível que seu provedor identifique os vídeos que está assistindo no YouTube com uma inspeção profunda de pacotes caso necessário. Autoridades policiais também podem solicitar essas informações ao próprio YouTube, mas é algo altamente improvável.

Mesmo com o histórico do YouTube desativado, seu provedor ainda pode ver seu histórico de visualização.
Você pode alterar suas configurações de conta no YouTube para impedir que o serviço armazene seu histórico de visualização, mas isso não muda o que seu provedor de internet pode ver.
4. Histórico deletado de navegação
Seu provedor pode ver seu histórico de navegação na internet mesmo que o delete no seu dispositivo.
Seu navegador armazena os detalhes dos sites que visita. O navegador utiliza seu histórico para completar endereços web automaticamente enquanto os digita, além de armazenar páginas web (ou partes dela) no seu computador para que possa vê-las mais rapidamente em uma próxima vez.
Quando você deleta seu histórico de navegação do seu dispositivo, os dados são removidos somente do seu computador ou celular. Caso seu provedor de internet registre os sites que visitou, não é possível deletar o que eles registraram.
5. Histórico de navegação anônima ou privada
Se sua conexão não for criptografada, seu provedor de internet ainda poderá ver os sites que visita no modo anônimo.
O modo anônimo é um recurso de privacidade no Google Chrome que impede que seu navegador armazene seu histórico no computador. No Safari, o recurso se chama navegação privada, e no Microsoft Edge se chama navegação InPrivate. Esses recursos de privacidade não fazem com que você fique anônimo online, nem impedem que seu provedor veja suas atividades.

O modo de navegação anônima do Google Chrome avisa que o provedor de internet ainda consegue ver suas atividades.
Quando você fecha o navegador ou a sessão de navegação privada, seu histórico, cookies e dados inseridos em formulários serão deletados. Seus favoritos e downloads são salvos no seu computador, como de costume, mas seu histórico de download é eliminado.
A navegação anônima não inclui uma criptografia adicional, ou seja, não altera o que seu provedor pode ver. Ele ainda pode registrar os sites que visita no modo anônimo, assim como as páginas web específicas que visitar caso não esteja usando o HTTPS ou uma VPN.
6. Atividade de aplicativo
Quando seus aplicativos se conectam a um serviço online, os dados precisam passar pelo provedor de internet. Essa conexão pode usar criptografia, assim como um navegador web.
Se um aplicativo não usar criptografia, seu provedor pode ver os dados enviados pelo aplicativo, assim como o aplicativo que está usando.
Se um aplicativo usar criptografia, o provedor, provavelmente, ainda verá o aplicativo que está sendo usado, mas não os dados transmitidos.
Por exemplo:
- O WhatsApp fornece criptografia de ponta a ponta para que somente o destinatário desejado veja as mensagens enviadas.
- O Facebook Messenger não usa criptografia. a não ser que ative uma conversa “secreta”. Sem esse recurso, seu provedor pode ver o conteúdo de todas as mensagens que enviar.
Infelizmente, é mais difícil saber se um aplicativo está usando criptografia ou não. Para descobrir, precisará verificar aplicativo por aplicativo.
A Comissão Federal de Comércio dos EUA revelou que diversos provedores importantes no país coletam dados de uso de aplicativo para fins publicitários. Os usuários podem ser categorizados de acordo com o tipo de aplicativo que utilizam (por exemplo, negócios, finanças ou esportes).
7. Atividade em navegadores privados, como o DuckDuckGo
O DuckDuckGo é um navegador privado para iOS e Android. Ao contrário de alternativas como o Google Chrome, esse navegador bloqueia todos os rastreadores publicitários, estabelece uma conexão HTTPS quando possível e não cria um perfil com base nas suas atividades.
No entanto, mesmo os melhores navegadores privados ainda enviam seus dados pelo seu provedor de internet ou operadora de celular. O seu provedor de internet pode ver os sites que visita, independentemente do navegador usado.